lunedì 24 agosto 2009

Sampeyre, um mês de trabalho, exílio e descobertas.

Alô alô classe operária!

Situado nos confins do Piemonte, Sampeyre é um pequeno 'paese' que tem como centro uma praça grande, dois bares, duas igrejas, tabacarias, biblioteca, carrossel, museu etnográfico, prefeitura e algum comércio. De carro dista 2h de Torino. A região faz parte do Valle Varaita, ou seja, é rodeada de montanhas altas e verdes cortadas nas bases por um pequeno rio que desce rumo ao mar. A região do vale é grandíssima e se estende até a divisa com a França, que está a 35 km de distância.

Retiro de férias? Verão nas montanhas? Pausa na rotina em busca do ar puro das montanhas? Também, claro. Mas fui até Sampeyre mesmo pra trabalhar. Os dias de longa duração se estenderam do 25/07 ao 22/08.

Minha amiga da escola, Alessandra, conseguiu esse trabalho de verão pra mim como ajudante de cozinha, faxineiro, garçom, e por aí vai. Um daqueles trabalhos clichezões que todo mundo que vai morar fora sonha em encontrar pra juntar algum troco nas férias. É, me dei bem.

Apesar do trabalho intenso (porém muito ágil e fluído) e sem dias de folga (29 dias, todos os dias e sem parar) deu tempo de sobra para tentar fazer os trabalhos de férias pra escola, caminhar, pensar na vida, passear, sair pra beber, tocar violão, desenhar, escrever, ler, espairecer, desafogar, refletir sobre os pobrema...

Conheci um monte de gente nesse período, e os personagens com quem convivi de perto neste mês merecem ser citados. Nós, garçons e ajudantes fiéis éramos em cinco: Eu, Matteo, Stefano, Alessandra e Giulia. Além da minha amiga, eu não conhecia mais ninguém. Entrosar-se me custou alguns minutos e em alguns dias já era tudo entre risadas e curiosidades, já que haviam ali um brasileiro infiltrado. Pela primeira vez era o mais velho! O pessoal era mais jovem, de 90, 92! São outras cabeças, outros interesses, prioridades, outros momentos de vida. Um 'desafio' pessoal super interessante pra mim e que adotei com prazer. Quanto me sinto um velho dizendo isso aos meus 22? De qualquer modo, todos os 4 já haviam trabalhado ali em outras oportunidades e logo ajudaram a familiarizar-me com o ritmo do trabalho, macetes, etc. Trabalham bem, riem muito e são super tranquilos. Jovens! Me sentia à vontade. Franca é a cozinheira ali desde 1994 e Riccardo, seu marido, a ajuda a nos gerenciar e organizar o que temos pra fazer. Madonna, e como! Mas essa é uma outra conversa. O time se fecha com Don Toni. Um senhor de 70 anos e padre que comanda este estabelecimento, uma espécie de hotel/retiro. É um lugar no meio das montanhas a 3 km do centro de Sampeyre, que basicamente funciona como um retiro católico para jovens em grupos escolares, famílias, idosos, ou quem queira. De fato o lugar se entitula uma casa Diocesana. Don Toni organiza e recebe esses grupos semanais que vêm rezar, 'refletir', pensar na vida religiosa, pessoal, etc., e nós temos que dar conta de dar de comer à esse mundarel de gente. Teve semana com mais de 100 pessoas por café, almoço e janta... Sem contar os quartos, os balheiros, as escadas, os halls, os pisos, os vidros, as janelas, sempre tudo impecável aos hóspedes.

Nesse meu mês teve também a visita da Giulia! Aproveitando pra dar um break na escola ela foi até Sampeyre pra me visitar e aproveitar as montanhas enquanto eu estava no batente. Foi bom demais poder estar com ela ali naquele finzinho de mundo hiper isolado e às vezes até monótomo. Os créditos de algumas das fotos são dela. A camiseta do Brasil foi presente da Magda e veio junto com um monte de livros e paparicos pra mim! Brutta, grazie ancora per la visita.

Pra mim foi bastante interessante estar entre piemonteses super tradicionais, dialeto rolando solto, pratos típicos, danças, músicas e abismos culturais que só podem ser vistos estando assim tão perto. Abismos impressionantes. Mãe, prepare o livro de receitas, estou levando segredos da culinária de montanha pra casa!

Um mês é muito para descrever o monte de coisas que passei ali naquele lugar e por isso não entro em tantos detalhes. As fotos ajudam a descrever o geral do lugar e também mostra o nosso passeio na França (haja...). Don Toni, o padre, senhor de 70 anos, quis nos acompanhar e nos levou de carro em uma espécie de excursão rumo à França. Visitamos as cidades de St. Veran e Embrun. Admito que as paisagens do caminho eram magníficas e muito mais atrativas do que os lugares em si. Não me encantei com o que vi nas cidades mas sei que foi assim por motivos pessoais, já que para mim essa 'excursão guiada, monitorada e regrada' não era lá de grande contemplação à mim. Definitivamente. Mas valeu pelo ar novo e visuais inesquecíveis, além da quebra na rotina de afazeres.

Ficam algumas fotos desse mês super irreverente, estranho, novo e cheio de descobertas pra mim. Balanço pra lá de positivo e muito feliz pela oportunidade e experiência vividas. O bolso também agradece esse balanço positivo né papi?

Viva as férias assalariadas e 'um dia após o outro'!








































07/08/2009 – Gita in Francia.















3 commenti:

  1. Lindas fotos, parabéns! E o clássico vinho no copo de plástico para encerrar..rsrs
    abs do cunhado!

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  2. QUERIDO TOQUINHO (POR CAUSA DO BIGODE), QUE SAUDADES INSANA! QUANTAS EXPERIENCIAS!
    QUEM DIRIA ESSES DOTES DOMÉSTICOS, HEIN? NEM PARECE O MESMO MENINO QUE DEIXAVA O QUARTO BAGUNÇADO E QUE NUNCA LAVAVA LOUÇA EM CASA....BANHEIRO, ENTÃO?!!!!RSSRRSRS
    PARABÉNS POR TODAS ESSAS CONQUISTAS! PRECISAMOS NOS FALAR, ESTOU COM MUITAS SAUDADES.
    BEIJOS DA IRMÃ!

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  3. Lucas
    fotos ótimas, texto ótimo e nós aqui querendo toda essa disposição para o trabalho para quando vc voltar!
    bjs dopai

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