domenica 1 marzo 2009

Entre montanhas.

Sábado, último dia de fevereiro. Acordo às 9h30 com Giancarlo me chamando ao celular, me convidando a passar o fim de semana 'nas montanhas'. Me disse que em meia hora estaria aqui pra me pegar, e estava. Pegamos Anita em Carignano e rumamos Prali, um paese em meio aos montanhas e ao mesmo tempo ao seus pés. O caminho, em torno de 70 km foi feito em mais ou menos 1h30, passando por vários paeses, entre eles Pinerolo. Pinerolo é uma cittadina onde Anita morou por 9 anos de sua vida, e também a mãe de Giancarlo. Sua irmã também mora lá hoje em dia.
Deixando Pinerolo pra trás, passamos pelo último paese antes de chegar a Prali, que não lembro agora o nome, onde nasceu o Gian. Então, estavam literalmente em casa por ali. Lá em cima, eles tem uma espécie de trailer acoplado a um chalé em um terreno do 'Camping Lago Verde', há mais ou menos 30 anos. Neste espaço 'aberto' do camping tem um edifício principal com as salas das duchas, banheiros masculino e feminino, café e até um ostello, e em torno, diversas casinhas pequenas, como a deles. São casinhas mesmo, de madeira, na maioria das vezes acopladas à um trailer, fazendo uma espécie de mimi-casa. Um charme, gelado! Mas só até acender os 2 aquecedores.
Não preciso dizer que a paisagem predominante é branca. Tudo lembra frio e gelo, mas chegamos com um céu de sábado espetacular: azul, com sol forte e sem nuvens. Amanhecemos domingo com neve e neblina, mas é lindo do mesmo jeito. No sábado, Anita me mostrou os arredores do camping, que fica à 5 minutos de Prali. Lá ela me mostrou pontes, um riacho quase congelado e até brincamos de escorregar na neve com um skibunda das netinhas gêmeas! As fotos confirmam! O tramonto veio cedo. Às 16h30 o sol já saía de cena, iluminando apenas o lado leste das montanhas, lotadas de esquiadores, turistas etc. Depois da canseira na neve o Gian me levou de carro pra conhecer o paese!
Prali é um paesino pequeno, onde antes a religião valdesa era predominante. Se vê ainda a igreja dos Valdeses, que convida os moradores aos cultos. Há também uma igrejinha católica, que o Gian me fez entrar pra mostrar que arquitetura diferente que seu amigo uma vez projetou. Entramos e conhecemos um padre que havia chegado na região há uma semana. E chileno. Me desejou muita sorte nos estudos e nesse começo, e confirmou que o mundo é mesmo pequeno. Compramos queijo da região, muito bom! Tomamos café correto, com a grappa italiana! Forte, mas muito bom. Compramos jornal e outras coisas e voltamos pra fazer a janta. Antes de voltarmos, me levou pra conhecer cada 'borgata' (pequenos amontoados de casa, isoladas do paese) que conhecia por ali.
O cenário realmente impressiona. Me sentia dentro do filme, me vendo ali, em meio à natureza pura e branca. A face da natureza se mostrava furiosa cada vez que olhávamos em volta. Gian me mostrava os rastros das avalanhces frequentes e seus estragos. Me apontava e ia dizendo como que acontecia, e sempre se lembrando de histórias do passado! Tinha uma avalanche que ainda se mostrava ali presente, que deixou realmente tudo revirado. É impressionante olhar o rastro! São paredes de neve que atingem, sei lá, 5 ou 6 metros! E se vê os troncos de e galhos gigantes, que foram arrancados e trazidos à tona! É assustador e encantador, mais ainda quando passamos no meio dessas paredes! Mais o mais impressionante foi eu estar ali no camping, olhando as marcas das avalanches que dá pra ver nas montanhas quando ouço um estrondo fortíssimo e percebo que, sobre um rastro já ali, vinha descendo mais neve! EU VI UMA AVALANCHE! hahahah Sim, era pequena, mas juro, o barulho são de pedras descendo abaixo, pois a neve vem toda suja de barro, como um marrom claro, fazendo um barulho próprio de rochas rolando! Meu Deus, quem imaginaria que em minha vida veria uma avalanche? Avalanche? AVALANCHE? hehehe Impressionantemente espetacular, lindo, maravilhoso, etc, etc, etc.
Mais uma vez o Gian e a Anita me trataram verdadeiramente como parte da família deles, literamente. Não tenho palavras para agradecer, e nem sei como. Ao menos tentei.
Com certeza esqueci detalhes, mas as fotos me ajudam com o racconto! Hoje na volta paramos em Pinerolo e a Anita me mostrou alguns monumentos que estão ali pela lenda do Cavaleiro da Máscara de Ferro. Tem o castelo, os muros originais, placas, estátuas, etc. Me mostrou também a vista que se tem em frente a um pequeno santuário, que está justo atrás de uma igreja, onde se casou a irmã do Gian. A vista, quando está sem chuva como nesse domingo, permite enxergar até mesmo Torino.
Vocês só vão acreditar em quanta neve tinha nas montanhas quando olharem as fotos, porque nem eu mesmo acreditava estando ali! Tantas casas de antigamente, de 1800, 1900, feitas de pedras e madeira, o cheiro de merda de vaca e de sítio, galinhas pelo chão, gatos, aves, até veados, raposas e lobos aparecem por lá. Um povo rural que faziam e fazem suas vidas em meio ao frio dos Alpes, todos os dias, em uma realidade que eu não imaginava existir. Um fim de semana nas alturas, em meio à natureza selvagem, salvo o clichê cinematográfico, inesquecível, com lembranças de casa e saudades de todos. Aproveito mais uma vez pra reafirmar meu agredecimento por tudo isso que estou vinvedo, muito obrigado do fundo do meu coração quente no meio do gelo italiano!











































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