No dia 22 chegou por aqui uma visita diferente! Nada menos do que um vizinho que eu conheço à mais ou menos 15 anos. Pena que passou muito rápido, já que no dia 24 já tinha ido embora.
O Alex chegou na Europa e me falou que quando estivesse por perto me avisaria, e avisou. Foi muito legal mesmo poder recebê-lo aqui no meio da nossa bagunça.
Poder conversar cara a cara e espontâneamente com uma pessoa tão comum à mim e do lugar de onde venho é muito valioso. E só se percebe isso após sair do ninho, mesmo!
Além do gran turismo em Torino sob um sol de mais de 35ºC, teve tempo também pra cozinhar, botar fofoca em dia, beber, rir, tocar violão, fazer nada, passear. Sem contar que ele conseguiu explicar pra italianada que a palavra 'cacetinho' no Brasil não é usada só pra dizer 'pão francês' lá no sul. Adivinha qual é o novo apelido que adotaram pra mim?
Grande abraço Alequinho! Obrigado pela visita e volte sempre.
P.S.: Muito calor mesmo. Duvidam? Pensem em Penápolis, porém úmido!
Dia 16 de maio aconteceu o Torino Pride 2009, a parada gay da cidade.
Foi muito interessante participar de um acontecimento como esse aqui na Europa e ainda mais na Itália, país onde a igreja é decididamente contra à quaisquer assuntos ligados à homossexualidade.
Enfim, muita música, muita gente rindo e se divertindo. Cenas e figuras muito particulares também.
É a cidade de os olhos arregalados e até incrédula vendo a multidão, feliz, passar.
Gostaria de dividir com vocês essa versão da música "O que será (à flor da pele)", que de verdade emociona. Chico Buarque e Milton Nascimento, em 1986.
O quanto faz a gente perder tempo útil de vida parece até brincadeira. Entre ontem e hoje gastei 11 horas de filas e esperas intermináveis, pra poder me apresentar ao governo italiano como requerente do permesso de soggiorno. Um caos stressante, multi-étnico-cultural (já que tinha estrangeiros de todo canto do mundo, chineses, árabes, romenos, albaneses, brasileiros, peruanos, chilenos, etc), que serviu pra exercitar a paciência e a calma. O que foi bem difícil.
Que raiva se ver dentro uma situação em que te tratam como um boi no meio do gado, faminto e desesperado. Descaso mascarado, mas é assim que é, e vai continuar sendo.
A vida continua.
Bom, no fim deu certo, fiz o que tinha que ser feito. Depois da epopéia a redenção. Uma tarde no parque Valentino, pé no chão e sol na cara pra repor a carga!